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terça-feira, 30 de maio de 2017

Valeriy Kot
No cenário azul, sou gato sem pelo e rosa sem pétalas,
Um diário que queima suas razões, por deixa-las ao largo
Despido a colher vestes emblemáticas, uma linha direta ao sentimento
Alguma roupa que me faça sentido,
Um dom de saber-me que na simplicidade do ser me venha dizer,
Como lidar com o mundo
Quem eu sou, eu sei, mas sei que diabo é um bicho sem nome, só se chama diabo por falta de nome,
A água aquecida tende a queimar se tudo se atribui a ele,
Para a sanha do palhaço patético eu tenho uma senha,
Um facho de luz que me protege
Fechados os canais a cena é outra, a vida que se exploda em fogo de artifício
Que eu gosto da claridade,
Eu sou leão de dupla juba, garra que acarinha, se alimenta de doce e dorme na chuva

Charles Burck


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