Cartas de Amor

Tinha a si dedicado devotadamente um tempo só seu

Suspirado tão profundamente aquele amor radiosamente refulgido em êxtases,

Brotado do peito impregnando o papel,

Era um amor novo, mas com a força de uma primeira paixão,

E nele mergulhado e tão profundamente envolvida que sentia-se viver fora de si,

As veias dilatadas por onde o sangue corria mais solto,

Um alvoroço amoroso que brotava dos arrepios dos seios,

Um renovado corpo, antes, cansado e que agora podia voar,

Assomado das asas da autoestima a ganhar espaços mais altos,

Onde o sol morno num banho cálido, trouxera do átimo de um beijo a  valorização do amor de ser infinitamente beijada,

Veio num crescente ganho de existência,

Exalando si mesma  os segredos tão guardados para entrega-los então, somente, àquele que soube tão sutilmente desvendá-los

Charles Burck 

Omar Ortiz