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sábado, 13 de maio de 2017

O dia veio pulsando saudades, o cérebro solto, anestesiado não queria sofrer, 
Andou pisando de propósito o destino, sulcando as marcas das vivências 
A luz feria os olhos que desejava ver marcado nos mapas novos trajetos, 
Para que sentir a cabeça se nem sentia o resto do corpo? 
A menina que cresce segura a sua mão, a eletricidade gerada nos conectores das peles, 

A moça que diz que para entender o destino é preciso sofrer e sorrir ao mesmo tempo, 
Ele quis dominar os tremores enquanto marcava pontos entre o oceano e o rio
Nem ria nem chorava, sentia na areia a contemplar todo empenho de ser, 
Os milhões de anos do tempo repousado nos pequenos grãos
Forçava os pés a prosseguir, colher os recados dentro dos poemas…
O vento derrubando todas as paredes e todas as velas a se apagarem,
Ventava em tudo o que ele cantava e ainda se assombrava com a palavra saudade.
Tinha dias em que o calendário sofria de ausências, a falta dos dias que nunca tiveram, 
Os dias marcados que sonharam viver, 
Uma dor nos olhos como parte da dor de sentir, a tensão de não saber como voltar ao caminho da existência
Ficava mais intensa a certeza que nada foi em vão, 
Um consolo qualquer que acelerasse o coração, um choque que não lhe fosse mortal, 
Restituindo-lhe a vida, um dia a mais na intenção de poder vê-la
Charles Burck




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