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quinta-feira, 3 de outubro de 2019


Não sei como dizer-te que minha voz te procura
Contudo que os meus dois versos são poucos
com que o poema que encerra num ponto e numa virgula
Sem ser totalmente traduzido
Uma epístola sobre as palavras curtas ao sentido amor expandido
sobre o mar, o vento por dentro, sobre o tempo da maresia
Um beijo que alça voo sem saber onde pousar
 Um pensamento nas espinhas dos peixes
O coração do herege que se entrega a Deus
A vida no breu onde termina o mar
Onde findam as palavras, onde eu vou te buscar nos silêncios dos que amam
Um dia depois de morrer, quando o tempo acende o verde
A tua face, os teus olhos de semáforo e as nossas bocas se cruzam e ecoam
E arrancam pedaços na intenção de florir
a atenção começa a florir, quando sucede a noite
Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos se cortam e se unem aos meus
O sangue não fala, nem mata, nem morre
Apenas os sentidos nos levam do nada ao tudo
E a vida escolhe as palavras, e nos mata de amor e nos fala da vida
Dos anjos, dos demônios, e das bênçãos e das heresias do amor e dos sexo

Charles Burck







Condensa a tua alma na minha, os teus seios no meu peito e geme as delicias das viagens siderais
As vestes, os dramas, a minha cama é pequena para as nossas travessuras,
A questão regressa sobre o princípio do universo, poema se enquadrado na física das mãos, nas contrações do sublime encaixe, do infinito aos pequenos gestos dos lábios na flor
 Na matemática, que continuamente arrefece, expande-se e condensa-se para formar galáxias e nebulosas em cada ramos de amor
Nos dias de almas lavadas, sem vincos e sem dobras, em atenção
ao sossego
Assenta o azul turquesa, a Vênus nua
A noite não cessa e por trás das cortinas nunca para de parir estrelas

Charles Burck




O jardim não termina no mar
livro não termina agora
testamento é a lição da explosão do amar bem longe de nós dois
Aos dias que se sucedem preenchendo os vazios
 Nas molduras dos olhos distantes
 As apáticas evidências que o amor acontece em algum frio lugar
Uma moldura mais bela do que a tela a nos forçar a contemplar a diversão dos que nos ignoram
e as vidas concretas não nos permitem atrasos, assim somos barrados na porta
Quando o poema começa a germinar na fenda expostas, o mundano e o acaso se beijam intrometendo-se sem convites formais
eu preciso dar o meu lugar à solidão que dispensa argumentos na cama
Enquanto a flor brota em outro lugar
Eu revolvo a terra morta
Em busca que qualquer semente que cheire a rosa


Charles Burck 


terça-feira, 1 de outubro de 2019


Nas casas abandonadas, perdidas as portas, seguimos as senhas
os ecos de algumas vozes falavam a língua do futuro, e nos levam a um mundo novo
os que amam creem nas palavras que cresce em jardins
Já não precisamos de chaves, os corpos se juntam em redes próprias, varandas expondo os nossos acréscimos de desejos
Há as palavras que nem que precisamos regar
Eles sabem de mim porque eu digo palavras
Mas que palavras hei de dizer ao meu amor por ti?
Se das flores que exaladas, todas as palavras dizem a mesma coisa

Charles Burck






A pedra grifa na carne um arco de um deus subentendido
E costuro aflito os vãos para que não me fuja o sangue bento
Os conflitos dos homens com os homens matam o Deus ressurgido
Os galhos pelados e áspero do outono estremecem os pensamentos
Iniciada a colheita do trigo e do feno, os campos de centeio ondulam
 Sem pressentirem tempo difíceis
Na terra crescida entornam as uvas
A massa já está pronta.
O mundano acena-me
Sinais órfãos de linguagem e obsceno oferece o vinho em taças de cristais
Os dedos molhado e enrugado
Colhem nos seios uma colheita atrasada
Das lacunas abertas o diagnostico protetor
No purgatório admito o meu erro
E o Deus diz-me que regresse e se esgote, só depois então, volte

Charles Burck