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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Fatalmente a mulher pode antever o que o diabo pensa,
Em um momento de intimidade, no formigar das flores de maio
Não há os contra argumentos do que a alma pensa, mas um argumento ao que ela sente,
Um adensamento onde a solidão deseja pegar mais incautos, mas o coração chama baixinho a uma conversação
É preciso estar em desacordo com o mundo para ver os suscetíveis riscos de viver,
As borboletas negras sobre flores incandescentes, os rios grená do tinto Bourbon
Não levo para o lado do mal, mas das experimentações seculares, os infinitos atritos entre a pele e a alma deixa impregnado de interações
Mas as narinas estão treinadas para sentir o olfato da sedução, o cheiro de enxofre disfarçado de Coco Noir da Chanel, o que por certo tem influências em qualquer decisão
É muito difícil se parecer desinteressante, no formato de papel amassado escritos em poemas e a informalidade da calça jeans surrada impregnada de “rock”,
A boca articulando para não falar das visões que se têm, as malditas bandas do além, girando no vinil atormentando o meu lado zen
A radiovitrola do demo ensurdece qualquer chance de se manter alheio às sublimes tentações
Tenho meu lado negro bom e as sublimes malicias caindo em cascatas nas madeixas da anja sem asas
O que a alma busca não cansa, o que cansa é a mente falante introjetando instrumentos cortante em qualquer buraco alheio
Mas o que aos meus olhos não veem, vejo mais longe, meus olhos que vão mais profundo e mais a frente dos muros dos paraísos inconsistentes, ou dos infernos consignados
Prefiro gente às pessoas, o ardor que exala calor, os olhos penetrantes a mim apontados
A sedução dos seios expostos não é a imagem da mulher no reflexo,
Tenho medo de vê-la inteiramente nua e não saber tudo sobre você,
Vilas Lobo propôs um concerto onde não se pudesse mentir,
O diabo ofertou um presente, champanhe Dom Pérignon Brut, e um lingerie de seda pura, vermelha
Mas eu prefiro o teu sabor in natura,
O diabo atenta e Deus fala de louvor, esparramando água benta,
Mas quando fechamos a porta do quarto, não há o bem nem o mal, o dedo indicador ou o sinal da cruz
Apenas o caminho natural de quem se ama, fazemos amor entre as chamas e as nuvens do Éden,
Divinamente a mulher intui o que Deus pensa
Não há pecados no reino do amor – Diz-me ela, com um sorriso malicioso entre os lábios




Charles Burck 

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