Fatalmente a mulher pode antever o que o diabo
pensa,
Em um momento de intimidade, no formigar das
flores de maio
Não há os contra argumentos do que a alma
pensa, mas um argumento ao que ela sente,
Um adensamento onde a solidão deseja pegar mais
incautos, mas o coração chama baixinho a uma conversação
É preciso estar em desacordo com o mundo para
ver os suscetíveis riscos de viver,
As borboletas negras sobre flores incandescentes,
os rios grená do tinto Bourbon
Não levo para o lado do mal, mas das
experimentações seculares, os infinitos atritos entre a pele e a alma deixa
impregnado de interações
Mas as narinas estão treinadas para sentir o olfato
da sedução, o cheiro de enxofre disfarçado de Coco Noir da Chanel, o que por
certo tem influências em qualquer decisão
É muito difícil se parecer desinteressante, no
formato de papel amassado escritos em poemas e a informalidade da calça jeans
surrada impregnada de “rock”,
A boca articulando para não falar das visões
que se têm, as malditas bandas do além, girando no vinil atormentando o meu
lado zen
A radiovitrola do demo ensurdece qualquer
chance de se manter alheio às sublimes tentações
Tenho meu lado negro bom e as sublimes malicias
caindo em cascatas nas madeixas da anja sem asas
O que a alma busca não cansa, o que cansa é a
mente falante introjetando instrumentos cortante em qualquer buraco alheio
Mas o que aos meus olhos não veem, vejo mais
longe, meus olhos que vão mais profundo e mais a frente dos muros dos paraísos inconsistentes,
ou dos infernos consignados
Prefiro gente às pessoas, o ardor que exala
calor, os olhos penetrantes a mim apontados
A sedução dos seios expostos não é a imagem da
mulher no reflexo,
Tenho medo de vê-la inteiramente nua e não saber
tudo sobre você,
Vilas Lobo propôs um concerto onde não se
pudesse mentir,
O diabo ofertou um presente, champanhe Dom
Pérignon Brut, e um lingerie de seda pura, vermelha
Mas eu prefiro o teu sabor in natura,
O diabo atenta e Deus fala de louvor,
esparramando água benta,
Mas quando fechamos a porta do quarto, não há o
bem nem o mal, o dedo indicador ou o sinal da cruz
Apenas o caminho natural de quem se ama, fazemos
amor entre as chamas e as nuvens do Éden,
Divinamente a mulher intui o que Deus pensa
Não há pecados no reino do amor – Diz-me ela,
com um sorriso malicioso entre os lábios
Charles Burck
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