Armagedom
No topo da metrópole, o corvo
negro comeu a pomba branca,
Os sacanas mendigando
assistências aplaudiram frenético,
Tem uma pena manchada de sangue
no chão do mercado,
Os carrinhos de compras passam
carregados de hamburguês e armas,
O Armagedom foi anunciado na seção da tarde, mas é tarde demais
para deter o principio do nada,
A herança do que fomos sendo
pisada na calçada das estrelas
A Hollywood fará uma cena tão
banal,
Afinal o fim do filme veio no
começo,
Mas a história real não tem
final, apesar do que tudo sempre acaba mal.
Tem dias fico diante de uma
tela branca, cortando desenhos animados,
O Woody Allen é o
magro do Stan Laurel , a Mia Farrow rasgou o papel,
Eu torço pelo Tonto que caiu do
cavalo, mas o índio sempre se dá mal
À espera de um dia ameno tem
guerra na zona e festa no bordel,
Da janela do ônibus vi passar
um avião das drogas,
As coisas mesquinhas e almas
pequenas, políticos de chapa branca e colarinhos engomados, dão festas e
migalhas aos porcos e ao gado o que sobra
O traficante distribui benesses
sociais e a prateia aplaude
O riso mesquinho, as aves raras
não assomar os céus,
Tomei purgante, mas as minhas
tripas deram um nó cego
Fiz papel de trouxa, vesti-me
de palhaço e ri-me de mim,
São raras as comédias boas, rio
liberando o vômito,
Desculpem os fragmentos, os
momentos de esperança engessados sufocam no claustro
O caustico não é nos estômago é
na alma, por onde sangra e escoa o lixo que somos
Charles Burck
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