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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Armagedom

   
No topo da metrópole, o corvo negro comeu a pomba branca,
Os sacanas mendigando assistências aplaudiram frenético,
Tem uma pena manchada de sangue no chão do mercado,
Os carrinhos de compras passam carregados de hamburguês e armas,
O Armagedom  foi anunciado na seção da tarde, mas é tarde demais para deter o principio do nada,
A herança do que fomos sendo pisada na calçada das estrelas
A Hollywood fará uma cena tão banal,
Afinal o fim do filme veio no começo,
Mas a história real não tem final, apesar do que tudo sempre acaba mal.
Tem dias fico diante de uma tela branca, cortando desenhos animados,
O Woody Allen é o magro do Stan Laurel , a Mia Farrow rasgou o papel,
Eu torço pelo Tonto que caiu do cavalo, mas o índio sempre se dá mal
À espera de um dia ameno tem guerra na zona e festa no bordel,
Da janela do ônibus vi passar um avião das drogas,
As coisas mesquinhas e almas pequenas, políticos de chapa branca e colarinhos engomados, dão festas e migalhas aos porcos e ao gado o que sobra
O traficante distribui benesses sociais e a prateia aplaude
O riso mesquinho, as aves raras não assomar os céus,
Tomei purgante, mas as minhas tripas deram um nó cego
Fiz papel de trouxa, vesti-me de palhaço e ri-me de mim,
São raras as comédias boas, rio liberando o vômito,
Desculpem os fragmentos, os momentos de esperança engessados sufocam no claustro
O caustico não é nos estômago é na alma, por onde sangra e escoa o lixo que somos


Charles Burck 




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