Moça Lilás
Eu não gostava da maquiagem
pesada e torno dos olhos dela,
Mas ela tinha uma leveza e me
convencer que não,
A minha alma tem as suas
urgências,
Mas o tempo para nas suas
meninices,
A mulher madura nunca se
confronta com a menina,
Ambas sabem de si, de suas
essências e dos seus encantos...
Ela faz bolo de laranja e
enfeita com flores da laranjeira,
A mulher guerreira que está
além do seu tempo
Sabe dos cantos de guerras e
dos acalantos
Sabe cuidar do lúdico, sabe o
valor das levezas da vida
e das dores da labuta
Não mata os sentimentos para
superestimar as feridas
A noite e o dia habitam a luta
Não destrói a flor para abrir
caminho entre as pedras
Eu e ela, a Moça Lilás, nos
abraçamos no futuro,
Mas não falamos do tempo,
falamos de nós, cuidamos do presente para fazer tempos melhores
Percebemos as belezas
sutilmente misturadas às amarguras
A subversiva moça dos meus
poemas, tem um laço de fita coloridas,
Dá o paraíso aos intervalos de
suas lutas,
E eu cuido dela, porque eu a vi
dentro dos meus sonhos,
E a ela era literalmente a luz
que emanava dos meus poemas...
Charles Burck
Imagem : Francois Fressinier
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