Alguém
me mande noticias de lá, a coisa anda preta, tenho dormido tão mal, Nesse
quadro negro da vida ando desenhando palavras no ar...
Eu
tenho um aeroplano para quando em faltas céus no chão, eu voe como se ave fosse,
folha seca, sabiá,
Voo
muito tempo dentro do silêncio, e quantas vezes, me peguei dentro de ti, Acordei-me
em tantas madrugadas férteis, quando mudavas tuas vestes, quando lua
chamava-me,
Ou
quando nua carente, ressentida de verdadeiras entregas se aninhava ao perfil do
meu corpo,
Tentei
ignorar a história toda, contabilizar as notas vazias, tantas formas de
esperas, e dentro disso folheei um livro, o da ignorância minha e só encontrei
a história nossa, a nossa própria história
Vamos
lá fora os dois, apaziguarmo-nos com o tempo, conversamos sobre essa carta da
estrela, e esse cordão de prata que nos liga aos umbigos, uma antiga promessa
de não nos perdermos,
Um
conhecimento só nosso, um reconfortante recosto de peitos e alma, um lugar
afastado da estação das dores e das insônias.
Charles
Burck
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