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terça-feira, 16 de maio de 2017

Sorri chamando de volta a menino alegre que tentava se desprender de mim
O efeito da aurora no halo que amanhecia, e eu me fazendo homem para ti
Chamei-te faz tempo, mas só me ouvistes quando te chamei de poema
Uma ponte de além mar, quando o sol se põe por aqui, ela acorda por lá,
O pensamento a demarcar um caminho estrelado no céu dentro da noite escura
Os arquétipos das cartas a estender os limites da vida, a mostrar as passagens
A ave a dominar o voo e o voo a dar o prazer de voar,
O simular das estações do ano no meu coração.
Eu em síntese de me aproximar do aroma da folha,
A fotossíntese a exalar o amor de quem cuida do jardim
Não tenho rotas de fuga ao chamamento da promessa de nunca deixar de regar a semente
Tudo fruto do encontro
Percebi-te no movimento das multidões onde mal se via o girassol a brotar
As pessoas no desejo de falar do tempo e eu de acolher a flor
Os teus remotos poemas a transformar as estações, o pouso da ave
Do desenho das folhas, eu acreditando nas histórias que te conto,
Personagens que somos aos encontros da vida, o melhor da poesia
A vazão da inquietude da alma que deseja no pulsar do peito, o poema
Em algum lugar a semente do amor foi plantada, o Universo rega a muda brotada, 
Incondicional elemento na razão de viver, o mágico instante no qual a arvore que jamais deixará de crescer


Charles Burck

Lilliana Comes 


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