A identidade das letras vai
perdendo-se nos teclados,
As impressões dos dedos
resignados desejam o toque,
A alma de alguma mulher nua
enfeitada de flores lilases apareceu na tela
O coração bateu mais
acelerado,
Se Deus desaguasse agora
pela torneira eu o beberia todo,
Mas há tantas sedes em mim,
de beber mares, de me fazer margens ou profundezas de oceanos,
Sempre suponho que a vida é
mais do que eu vejo, muitos jardins destinados
Queria traduzir esse
instante quando não sei completamente quem tu és...
Uma mulher que vaza na
noite – que vagueia – da minha tela à minha janela,
Intensamente molhada de chuvas, o riso molhado na doçura do mel – e a pele – a transpirar essências que falam de mim
Intensamente molhada de chuvas, o riso molhado na doçura do mel – e a pele – a transpirar essências que falam de mim
Na penumbra das flores
lilases uma descoberta de almas afins,
Os falar dos silêncios que
só as flores conhecem.
O último encontro a ecoar dentro da noite, onde unimos universos e nos demos dizendo para sempre, ainda é cantilena de pássaros noturno
O último encontro a ecoar dentro da noite, onde unimos universos e nos demos dizendo para sempre, ainda é cantilena de pássaros noturno
E ainda tenho algumas
pétalas lilases guardadas para forrar o teu caminho de volta,
Desenhos outras saudades de
outras flores belas, mas nenhuma língua morta sabe traduzir o que eu sinto
ainda guardado sobre ti,
Nunca fecho a minha porta
enquanto não descobrir a chave que sele o meu silêncio, que tranque a minha
saudade, que me diga um definitivo não
O riso que não sabendo ri
me exponha a loucura, o ultimo senso de resistência minha – a poemar da
definitiva ausência.
No crepúsculo da tela
azulada o teclado ainda faz versos, escritas perfumadas que somente as flores
lilases reconhecem.
Charles Burck .
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