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segunda-feira, 22 de maio de 2017

A identidade das letras vai perdendo-se nos teclados,
As impressões dos dedos resignados desejam o toque,
A alma de alguma mulher nua enfeitada de flores lilases apareceu na tela
O coração bateu mais acelerado,
Se Deus desaguasse agora pela torneira eu o beberia todo,
Mas há tantas sedes em mim, de beber mares, de me fazer margens ou profundezas de oceanos,
Sempre suponho que a vida é mais do que eu vejo, muitos jardins destinados
Queria traduzir esse instante quando não sei completamente quem tu és...
Uma mulher que vaza na noite – que vagueia – da minha tela à minha janela,
Intensamente molhada de chuvas, o riso molhado na doçura do mel – e a pele – a transpirar essências que falam de mim
Na penumbra das flores lilases uma descoberta de almas afins,
Os falar dos silêncios que só as flores conhecem.
O último encontro a ecoar dentro da noite, onde unimos universos e nos demos dizendo para sempre, ainda é cantilena de pássaros noturno
E ainda tenho algumas pétalas lilases guardadas para forrar o teu caminho de volta,
Desenhos outras saudades de outras flores belas, mas nenhuma língua morta sabe traduzir o que eu sinto ainda guardado sobre ti,
Nunca fecho a minha porta enquanto não descobrir a chave que sele o meu silêncio, que tranque a minha saudade, que me diga um definitivo não
O riso que não sabendo ri me exponha a loucura, o ultimo senso de resistência minha – a poemar da definitiva ausência.
No crepúsculo da tela azulada o teclado ainda faz versos, escritas perfumadas que somente as flores lilases reconhecem.




Charles Burck .

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