Gênesis
Marcamos de nos conhecer
Lá no fundo do tempo, do quadro negro
onde Deus desenhava a criação,
Ainda quando o pó dos barros moldava os esqueletos, quando nem tínhamos asas
Ainda quando o pó dos barros moldava os esqueletos, quando nem tínhamos asas
Quando a primeira gota de chuva
experimentou o chão,
Ainda quando eram itinerantes
energias a procura de nós, dois pequenos milagres
Disse Deus – e
pouco a pouco se sentirão, e tantas vezes se reconhecerão,
Às margens da
casa dos meus passos percebi os fascínios, não sou alheio à corrente das simplicidades das quais fomos
criados
Virgem e fulgurante, exalas
tua imagem em qualquer caminho que eu tome
Marcamos de nos conhecer quando nem ao menos sabíamos de nós,
Marcamos de nos conhecer quando nem ao menos sabíamos de nós,
Quando éramos rascunhos divinos
Na concepção da gênesis, no íntimo
sentido da fecundação,
Quando nem criada era a palavra
dizíamos telepaticamente,
Habita-me a certeza
de a ti pertencer.
Para podermos
respirar criamos os beijos, uma forma profana de nos engolirmos
Só assim eu sei
morrer em ti, pois é a única forma de voltar a viver
Charles Burck
Nenhum comentário:
Postar um comentário