Matrix
Sou cheios de expectativas –
mas o mundo dela e o meu não se juntam,
E ela me diz sobre a matemática
quântica, sobre uma nova teoria sobre uma falha na Matrix,
A minha cabeça queima com as
teorias da modificação da geometria do espaço-tempo
Perguntava-me a arvore que
chegava ao céu por que eu não molhava os seus galhos?
E eu respondia: Ando sem chuvas
de chover e sem asas de carregar baldes,
Ando ocupado demais para
entender filosofia e cuidar dela
Inventei tulipas novas, copos
de leite pasteurizados,
Coisas que para ela nunca
existiram – mas eu levava os brilhos para os olhos dela sorrirem,
O pé de fruta pão amanteigado,
o jiló doce feito abil, precisam dos meus cuidados,
Mas ela também, eu não digo
nada porque ela se diz emancipada,
Mas morre de medo de barata,
dorme de luz acesa
E pede pelo meu anjo da guarda
quando eu saio para caminha na mata ao anoitece,
Nossas diferenças nunca
aumentaram, ela tem jeito de distraída,
Nunca se deu conta do amor que
sinto, deita comigo e faz amor,
Mas suspira aliviada por nunca
ter se apaixonado
Ela não sabe que me ama, penso
Eu fico quieto, escrevo poemas
para ela, e não deixo desandar a vida,
Ela ri das joaninhas fazendo
amor,
De dois caracóis que moram na
mesma casa,
Aninha-se no meu colo e me pede
para eu não ir embora,
Está ameaçando tempestade e a
está deixando enjoada,
Fiz chá de canela e massagens
nas suas pernas, chás quentes para as noites frias,
O calor das almas nos chama
para cama, ela me diz que está cansada, mas não se faz de rogada,
A minha vida é simples, não
cobro nada, estou estudando matemática e plantei um pé de arruda,
Os nossos universos não se
juntam, mas as nossas vidas nunca estiveram tão juntas
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