O causo do amor enrolado
Não pedi a tua opinião, mas te dei um desconto, a
gentileza tem dias de boca amarga e medidas curtas
O fígado absorve coisas ruins, mas a mente assumida
já aprendeu caminhos diversos,
No sitio de Josué Santino tem um pé de pente de
pentear bacorinha, mas quase todas andam tosadas devido ao calor excessivo que
faz,
Corri sete léguas de pés descalços a apostar
corrida com calango, coisas de meninos sem afazeres específicos,
Dei nó em pingo d’água para não morre de fome, mas
morro de querência de te ver.
Vê se assume também que me ama, a vida é coberta
curta, o orgulho veste de um lado, mas a bunda desnuda aparece.
Faz tempos que não nos falamos, mas poucas coisas
acontecem por aqui, mas flor de defunto não enfeita altar de casamento, nem
jumento tem dentes escovados, disse o Padre Sabino.
O delegado Silvino falou para o Arquibaldo: Sorria
de novo, tens dentes bonitos, ajeitados nos dentistas da capital, mas não prega
uma palavra sã, a boca catinga pior que esgoto.
Os malefícios da alma escoam pelo corpo, não sou
preposto de gente ruim, o que vem depois, dizia minha avó, se não tem aqui, entra
na lista de débitos de Deus.
Não prego maldades, mas a minha bondade tem gestos
de impaciências, não mexa com quem está quieto, fio de navalha só corta quem a
cutuca, Genésio saiu de fininho do Bar das Vedetes, depois do aviso de Bernadete.
Vejo que estás com um brilho novo nos olhos, coisas
de alegria ou felicidades no vento, senta ao meu, lado e ouve o as histórias
bonitas que ele nos conta.
Estou preparando uma casinha nos costados da serra,
uma cama de algodão doce que formiga não come, mas adoça amor que dá gosto.
Só falta o sim, diz Mestre Gregório que o amor é
simplório, se encanta com coisas bobas, que pode vir num suspiro de menina mais
nova, ou num gemido de uma mulher mais madura, que fome não nega, mas depois
que pega não tem cura.
Charles Burck
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