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domingo, 24 de setembro de 2017

O causo do amor enrolado

  
Não pedi a tua opinião, mas te dei um desconto, a gentileza tem dias de boca amarga e medidas curtas
O fígado absorve coisas ruins, mas a mente assumida já aprendeu caminhos diversos,
No sitio de Josué Santino tem um pé de pente de pentear bacorinha, mas quase todas andam tosadas devido ao calor excessivo que faz,
Corri sete léguas de pés descalços a apostar corrida com calango, coisas de meninos sem afazeres específicos,
Dei nó em pingo d’água para não morre de fome, mas morro de querência de te ver.
Vê se assume também que me ama, a vida é coberta curta, o orgulho veste de um lado, mas a bunda desnuda aparece.
Faz tempos que não nos falamos, mas poucas coisas acontecem por aqui, mas flor de defunto não enfeita altar de casamento, nem jumento tem dentes escovados, disse o Padre Sabino.
O delegado Silvino falou para o Arquibaldo: Sorria de novo, tens dentes bonitos, ajeitados nos dentistas da capital, mas não prega uma palavra sã, a boca catinga pior que esgoto.
Os malefícios da alma escoam pelo corpo, não sou preposto de gente ruim, o que vem depois, dizia minha avó, se não tem aqui, entra na lista de débitos de Deus.
Não prego maldades, mas a minha bondade tem gestos de impaciências, não mexa com quem está quieto, fio de navalha só corta quem a cutuca, Genésio saiu de fininho do Bar das Vedetes, depois do aviso de Bernadete.
Vejo que estás com um brilho novo nos olhos, coisas de alegria ou felicidades no vento, senta ao meu, lado e ouve o as histórias bonitas que ele nos conta.
Estou preparando uma casinha nos costados da serra, uma cama de algodão doce que formiga não come, mas adoça amor que dá gosto.
Só falta o sim, diz Mestre Gregório que o amor é simplório, se encanta com coisas bobas, que pode vir num suspiro de menina mais nova, ou num gemido de uma mulher mais madura, que fome não nega, mas depois que pega não tem cura.



Charles Burck 
Nancy-Bossert-

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