Quantos
dias peregrinei nessas saudades que vazam de ti,
Tateio
no vácuo do que não tenho,
Tudo é
mais intenso do que parece, mas a alma tece certas armadilhas que nem nós
mesmos compreendemos
O sono
que arde nos olhos despidos de proteções,
Um
cântico vindo de longe, os estranhamentos dos sonhos
Há
matizes que desconhecemos, pintados na tela adiante na estrada,
Os
cenários de noites derramadas e estrelas caídas,
A
colheita de desejos secretos sem sintonias com as palavras,
Mas
elas pelejam, precisam destravar os cadeados, abrirem as janelas,
Libertarem-se
dos entraves dos pregos mais profundamente pregados na alma,
E as
escutas? As que confundem as minhas orações, as que espiam caladas plenas de
rosas e prolongadas vigílias
Há em
mim os alimento que as tuas fomes precisam,
Quem
sabe nas colheitas ardidas de febres,
Nas
fendas dos sóis que escorrem, em tudo que vaza de ti,
Dos
meus aluamentos, dos pretensos transtornos que pairam no entorno da minha
cabeça
Como
se todos os azuis planassem definindo os contornos das substâncias de outrora,
As
reveladas águas que irrompem de nosso universo inventado,
Os
dias me empurrando para os teus braços, as luas naufragam ante as vontades, os
desfeitos cansaços
Só
sigo sozinho porque ainda te espero,
Ainda
sinto o teu sopro, a brisa boa que passa a espalhar o culto à vida,
Ainda
tateio em ensaios de me acender por dentro, ao que me ilumino, sou vasto, sol
alaranjado, aquecendo a tua pele
Raios
de cenas abertas, imagens curtidas às orientações do caminho
Constâncias
nos passos
Absolutas
certezas que chego
Charles Burck
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