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domingo, 24 de setembro de 2017

Quantos dias peregrinei nessas saudades que vazam de ti,
Tateio no vácuo do que não tenho,
Tudo é mais intenso do que parece, mas a alma tece certas armadilhas que nem nós mesmos compreendemos
O sono que arde nos olhos despidos de proteções,
Um cântico vindo de longe, os estranhamentos dos sonhos
Há matizes que desconhecemos, pintados na tela adiante na estrada,
Os cenários de noites derramadas e estrelas caídas,
A colheita de desejos secretos sem sintonias com as palavras,
Mas elas pelejam, precisam destravar os cadeados, abrirem as janelas,
Libertarem-se dos entraves dos pregos mais profundamente pregados na alma,
E as escutas? As que confundem as minhas orações, as que espiam caladas plenas de rosas e prolongadas vigílias
Há em mim os alimento que as tuas fomes precisam,
Quem sabe nas colheitas ardidas de febres,
Nas fendas dos sóis que escorrem, em tudo que vaza de ti,
Dos meus aluamentos, dos pretensos transtornos que pairam no entorno da minha cabeça
Como se todos os azuis planassem definindo os contornos das substâncias de outrora,
As reveladas águas que irrompem de nosso universo inventado,
Os dias me empurrando para os teus braços, as luas naufragam ante as vontades, os desfeitos cansaços
Só sigo sozinho porque ainda te espero,
Ainda sinto o teu sopro, a brisa boa que passa a espalhar o culto à vida,
Ainda tateio em ensaios de me acender por dentro, ao que me ilumino, sou vasto, sol alaranjado, aquecendo a tua pele
Raios de cenas abertas, imagens curtidas às orientações do caminho
Constâncias nos passos

Absolutas certezas que chego

Charles Burck 

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