Se eu te chamar, precisa explicar por quê?
Na cadeira do mito tu estavas sentada,
E eu boquiaberto babava algum tipo de admiração,
Não há na inquietação só conforto, nessa substância que nos
mistura
certamente eu repouso nela, sem virgula, sem ponto
certamente eu repouso nela, sem virgula, sem ponto
Um assento no meio do nada, onde sentamos e olhamos um para o
outro
Seria bem provável qualquer um duvidar, se eu não estivesse aqui
diria que sim
A imagem da passada primavera não conta
Quando a certeza do sol rilha nos teus olhos agora
Quando a certeza do sol rilha nos teus olhos agora
E tu me perguntaste se eu imaginava vir para cá
Os rastros de tudo o que eu seguia eram para encontrar-te
Os rastros de tudo o que eu seguia eram para encontrar-te
O rastro que o sol deixava riscando o mar, onde o barco parecia um
sonho
As almas das coisas exalando sorrisos e o amor passeando de mãos
dadas
Possivelmente as nossas, solene e vasta imagem de tudo o que
podemos ser
Unir as pontas de dois destinos é simples, mas duas pontas sem
sintonias não levam a nada,
As fotos da primavera passada não contam
Como explicar o sentido das coisas quando só desejamos vivê-la,
Se eu te chamar, precisa explicar por quê?
Charles Burck
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