Coração,
sempre há uma fatalidade no ato de nos apaixonarmos,
Essa
inquietação de que a substância atua sobre o conforto
Puxa-nos
o chão, deixando o tapete, como se o tapete se sustentasse no vazio do ser
E,
no entanto, eu repouso nos teus braços perigosos
e
ao que se escreve tocado, há de ser por alguém, e me ponho asas
Sem
os acertos de fato de não duvidar, quando deitado nos teus seios largos,
esqueço-me que homens não têm asas e caio
Esquecemos
que o amor precisa de dois lados,duas asas para se sustentar
Mas
pode cortar ao meio um, e dizer que são dois
Da
boca doce o arroz é papa e a goma arábica colou duas bocas apaixonadas
E
quem há de descolar depois?
Bem
entendo que o medo é um facínora,
Depois
para que lutar pelo que já é ganho?
Se de outros tempos chego a duvidar, o coração não,
Se de outros tempos chego a duvidar, o coração não,
Apanha
e dá coitado, o outro lado de apanhar de novo
Será que, de algum modo, já veio a esse mundo, tudo acertado?”
Será que, de algum modo, já veio a esse mundo, tudo acertado?”
Charles
Burck
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