E desde que me perco nas sintonias dos olhares da fêmea, a energia
que nasce do ventre, a armadilha que chega à boca,
Verso, como homem que
namora a poesia que nasce dela, visgo ornado nos seios, predado definitivamente
ao que se dá ao poema,
O balanço quando anda, as agitações que o cio permeia, aos olhos
que tateiam o movimento
Sou fadado a saber que logo eu me perco, ao olhar distraído
seguindo o mesmo caminho dela
Supremo viajante lado a lado, o sangue que se injeta mais forte, o
circuito vermelho quente, duas almas que unem em uma,
Obedeço aos semáforos do existir, os sinais que tecem essa forma
de ser,
Que eternas fendas de profundas lições que leio, a pele impregnada
do natural perfume,
Na tradução dos meus próprios sentidos confesso-me homem que
arranca a poesia do ventre,
Rasgo o peito, o coração treme ao toque das unhas dela,
abandonadas as defesas não sei em qual céu eu piso, em qual chão eu voo.
Charles Burck
Nenhum comentário:
Postar um comentário