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sábado, 30 de setembro de 2017

E desde que me perco nas sintonias dos olhares da fêmea, a energia que nasce do ventre, a armadilha que chega à boca,
 Verso, como homem que namora a poesia que nasce dela, visgo ornado nos seios, predado definitivamente ao que se dá ao poema,
O balanço quando anda, as agitações que o cio permeia, aos olhos que tateiam o movimento
Sou fadado a saber que logo eu me perco, ao olhar distraído seguindo o mesmo caminho dela
Supremo viajante lado a lado, o sangue que se injeta mais forte, o circuito vermelho quente, duas almas que unem em uma,
Obedeço aos semáforos do existir, os sinais que tecem essa forma de ser,
Que eternas fendas de profundas lições que leio, a pele impregnada do natural perfume,
Na tradução dos meus próprios sentidos confesso-me homem que arranca a poesia do ventre,
Rasgo o peito, o coração treme ao toque das unhas dela, abandonadas as defesas não sei em qual céu eu piso, em qual chão eu voo.


 Charles Burck




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