Não
consegui digerir todas as lembranças das indigestas madrugadas,
Um
bilhete rasgado, uma aliança jogada ao mar,
Hoje
qualquer céu azulado me dói,
O
mar vomitado dos lábios,
As
ondas chamando o nome que a minha boca calou
Parto
a solidão em pedaços, para suportá-la em doses diárias,
Pássaro
preso às garras do isolamento, a lucidez dando sons aos gritos da ave,
Dentro
da palavra a vida sussurra, diz-me baixo para não me ferir os ouvidos
São
tempos onde os sossegos da terra nos cobrem?
A
semente que brota das magoas, os espinhos que agridem a flor,
E
eu nem mesmo sei o que falo,
Os
ventos que campeiam as dunas me contam coisas dela,
Mas
em mim a sensação que o amor carregou a minha alma tão para longe,
Tão
longe que ela nem sabe como voltar.
Charles Burck
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