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sábado, 30 de setembro de 2017

Não consegui digerir todas as lembranças das indigestas madrugadas,
Um bilhete rasgado, uma aliança jogada ao mar,
Hoje qualquer céu azulado me dói,
O mar vomitado dos lábios,
As ondas chamando o nome que a minha boca calou
Parto a solidão em pedaços, para suportá-la em doses diárias,
Pássaro preso às garras do isolamento, a lucidez dando sons aos gritos da ave,
Dentro da palavra a vida sussurra, diz-me baixo para não me ferir os ouvidos
São tempos onde os sossegos da terra nos cobrem?
A semente que brota das magoas, os espinhos que agridem a flor,
E eu nem mesmo sei o que falo,
Os ventos que campeiam as dunas me contam coisas dela,
Mas em mim a sensação que o amor carregou a minha alma tão para longe,
Tão longe que ela nem sabe como voltar.

Charles Burck


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