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sábado, 23 de setembro de 2017

A mulher chora um lamento movido à dor,
A minha casa rachada, escorada pelas minhas costas marcada a ferro e a fogo
Adicionar açúcar à xícaras de café, a vida anda tão amarga,
Municiada por tantas notícias de desgraças,
Ainda somos amigos no meio dos naufrágios, dos furacões e dos receios que tudo desabe de uma vez
Definimos limites razoáveis de nos envolvermos,
O amor anda bancando a conta, mas até quando?
As caridades, às carências virtuais, são convites a vender pacotes inteiros de açúcar, ciclamatos e caldo de cana,
Mas nada adoçam as bocas amargas, as que exalam as abundâncias da diabetes do amor mal amado
A namorada tempera a cama com perfume anti atritos,
O namorado convicto de suas artimanhas se esfrega nas costas nas entradas laterais,
Nos fundos dos quintais, nas benesses esperadas,
O sol deixa os beirais da janela, desdenha as manipulações sem afetos,
Recusa-se a subtrair o calor à vida, mas vai banhar outros horizontes onde os pássaros se encontram para debater sobre as regras de voos controlados, sobre as exigências de contingenciar tristezas, de perderem a escassa confiança que ainda têm nos homens, das sombras que vazam nas noites tardias,
Do amor que a cada dia pousa mais tarde


Charles Burc


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