Translate

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Como o vento que solfeja ao ouvido da morte
As asas do dia festejam a bebida que ferve ao sol,
O chamamento de arrumar cada coisa em seus lugares,
Meu corpo ao aceso, os vincos das faces, as uvas roxas,
Os nacos da carne, o sangue fazendo desvios,
De um coração ao outro, na taça,
As borbulhas que nascem do oxigênio que desvio
Do meu verdejar, nas parreiras de cachos de aurora,
A cada anjo que se vai, fazendo de conta que não viu
As palavras escritas no tronco da arvore da vida,
O teu, o meu, o viço de algum amor tardio,
A brotar das raízes cansadas de esperar o amadurecimento do vinho


Charles Burck 

Nenhum comentário:

Postar um comentário