A
incredulidade correu dos olhos à boca,
O
que não me sara me traz o gosto do amargo,
A
estação da lua nos trilhos do trem, infinitas vezes morremos num dia, dentro da
palavra
O
espanto me engole a realidade, como coisa descrita sobre um buraco no chão,
A
terra é azul nos cimos, incluso no homem há céus, rastro mostrando como é a
vida por dentro,
Espaços
mudando os elementos depois do poema, a folha na água flutuando,
o
verde evaporando para os meus pulmões vermelho,
A
mistura de tudo, o mais profundo de nós,
Para
ela será poesia, para os espantos também, a cabeleira negra e longa desafiando
as razões das palavras
O
corpo enluado que eu não sei explicar, escrevo, quem sabe ela leia,
Quantas
vezes somos outros saindo de nós, na confusão dos sentidos ao anoitecer nos
teus olhos,
Os
meus toques no ar, na intenção do teu corpo, quase encostado, puro sentindo de
se sobrepor à solidão,
A
verdade, por vezes, espanta e nos veste de lugares não comuns,
Dentro
do homem há um universo de sonhos, alguns escapam, a testaem a realidade,
Outros
até chegam onde o amor habita
Charles
Burck
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