A caligrafia trêmula,
Sentidos contidos na vida,
Rabiscos que não aprendemos
De onde sou, de onde venho?
Assumo-me pelo que eu sou, letra por letra
Quando não precisamos nos preocupar com o mundo,
Com o tempo, com as grafias maiúsculas,
Há em nós memórias de viagens como sendo nosso Deus,
O fio de ligar a alma ao seio da vida, para não nos perdermos,
O sentido da porta de casa, de fora para dentro
Ensina-me a dizer com o coração tudo o que eu possa contar,
Os passeios que demos, passo a passo de ir ao mar,
A fome quando a verdade queria frutificar na nossa mesa
Escrevendo para contar o que somos,
Na noite que aprofunda os medos, a solidão de sermos um,
Mas escrevo para te trazer mais perto,
A nossa travessia com os olhos, quando eu tenho o teu olhar atento
Escrevo o teu sorriso à curta distância do meu rosto,
Escrevo, escrevo, escrevo
Charles Burck
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