O teu rosto à
luz,
As linhas fortes suavizadas
por meu olhar,
Olho-te como quem
procura a razão da existência,
O que levou a
vida a criar tal criatura,
O tempo a medir a
luz, a focar a lente dos meus desejos, a ajustar as perspectivas,
Ajeito a alça do
vestido como quem ajeita os sonhos,
Os pensamentos
que não me dão tréguas, como um caçador persistente, Mas sou eu que ando sem
rumo, um cansaço adicional às costas,
Queria o corpo na
cama, e me dar conta que dormi ao despertar pela manhã,
Mas há tudo em
mim que te anseia, como a fome de tempos distantes,
Como as
inundações de emoções que tantas vezes me arrastam para os teus braços
Não tenho como
fugir do assunto se somos o assunto, duas luas itinerantes nessa metrópole
escura e vazia
Deixo o vestido
cair, os assessórios de mim que somente atrapalham,
Quero-me nua,
liberta de tudo, para tudo ser de ti, cada parte, sem condições para entregas,
É a volta para casa, o plano de sentir o que
nos damos, o cruzar a ponte sem medo dos precipícios,
A essência intrínseca e notívaga da natureza
que nos toma,
A amante fiel, exigente,
mas sem pesos, em suas solitárias esperas noturnas,
Mas sinto os seus
passos, sinto tudo o que és, desde a respiração entrecortada, o atrito, o roçar
entre as pernas, a sua sedução exposta nos olhos,
A certeza na
dimensão do teu amor a se adensar dentro de mim,
Sinto-te dentro,
assim como se eu amasse a mim mesma.
Charles Burck
Nenhum comentário:
Postar um comentário