Em todas as tardes colhi framboesas,
embora as amoras rimassem melhor no poema,
Como Drummond que comia palavras e
obrava poesias,
Mastiguei-te um verso de
desordenados pensamentos devido a sua presença tão próxima,
Um poema cheirando a pão com
manteiga, leite e café,
Comemos cada letra sobrada, com o
açúcar lambido no fundo da xícara Depois
fizemos amor com cheiro de ervas, salvias e alfazema francesa,
Éramos dois seres sós, antes de
tudo acontecer,
Enquanto bebíamos o liquido quente
falei o teu nome tantas vezes,
Esse ato anormal me marcou os
sentidos,
Expliquei-te as razões que
tornavam o teu nome tão saborosamente pronunciável,
O paladar escondiam-se estrelas, as
energias pélvicas de criar céus
Marcaram o fluxo do que hei de
dizer
E o café quente nos dava uma
dimensão extra e poetizada da realidade.
Charles Burck
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