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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Em todas as tardes colhi framboesas, embora as amoras rimassem melhor no poema,
Como Drummond que comia palavras e obrava poesias,
Mastiguei-te um verso de desordenados pensamentos devido a sua presença tão próxima,
Um poema cheirando a pão com manteiga, leite e café,
Comemos cada letra sobrada, com o açúcar lambido no fundo da xícara  Depois fizemos amor com cheiro de ervas, salvias e alfazema francesa,
Éramos dois seres sós, antes de tudo acontecer,
Enquanto bebíamos o liquido quente falei o teu nome tantas vezes,
Esse ato anormal me marcou os sentidos,
Expliquei-te as razões que tornavam o teu nome tão saborosamente pronunciável,
O paladar escondiam-se estrelas, as energias pélvicas de criar céus
Marcaram o fluxo do que hei de dizer
E o café quente nos dava uma dimensão extra e poetizada da realidade.


Charles Burck 

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