E quando a saudade me chega para
contar antigas histórias,
O tempo para, o que há ser uma
forma de existência
Contada ao seu modo, ainda que de
maneira triste e entoada,
Há o que se vive mais
intensamente,
O que guardamos com a intenção de
nos alegrar nas horas mais pesadas,
O que muda a expressão de minha
face, o violeta do por do sol,
A prata dos meus cabelos ajeitados
pelo entardecer,
Quando a folha é mais antiga do
que o tronco, algo mudou o sentido da vida
Não questiono o que se há de
sofrer, o preparo, a mesa posta,
O alimento mais amargo, a natural
condição de sermos humanos,
Mas hoje peço a ela, uma trégua,
só quero a rede mansa ao descanso da lida
Pois as graças do mundo nunca nos
abandona
Mas haveremos de lhe dar os olhos,
o olhar
Cada dia que morre não é perdido
se bem vivido,
O combate aos que não sabem a
beleza da paz,
Ainda que nesse dia que parte haja
uma parte que eu bem queria viver,
Mas era essa a parte que a saudade
queria remexer
Charles Burck
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