Lá estava de novo, ela, a caminhar
ao longo do rio,
Como quem seja o sol necessário à
minha vida
Com suas passadas calmas a
transcrever-me sonhos a cada passo,
E o que eu o faço se preciso for,
se só percebo que é sonho quando desperto,
Se só me embriago do que me purga,
Se a minha boca patética só repete
o nome dela,
Quando se entra em êxtases
perde-se a noção de si
E o mundo é outro, e a vida é
outra e outros somos sem nos apercebermos homens
E seguimos o objeto do desejo
perdidos em desejos, só olhamos em frente
A mulher que ilumina nossas
sombras, mas não nos vê...
O desejo de romance existe, como
existem as pedras sob os nossos pés,
O desconforto do coração apressado
em descompasso com o ritmo dela,
E os olhos desritmados, mas lento
e tímido, envergonhado do caos em que se encontra
Ao meu lado a volição do romance,
o rio no cenário proposto,
O velho cão que sempre me
acompanha nas minhas tão antigas indecisões
E o poema que se compõe a cada
passo dela
Charles Burck
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