Translate

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Lá estava de novo, ela, a caminhar ao longo do rio,
Como quem seja o sol necessário à minha vida
Com suas passadas calmas a transcrever-me sonhos a cada passo,
E o que eu o faço se preciso for, se só percebo que é sonho quando desperto,
Se só me embriago do que me purga,
Se a minha boca patética só repete o nome dela,
Quando se entra em êxtases perde-se a noção de si
E o mundo é outro, e a vida é outra e outros somos sem nos apercebermos homens
E seguimos o objeto do desejo perdidos em desejos, só olhamos em frente
A mulher que ilumina nossas sombras, mas não nos vê...
O desejo de romance existe, como existem as pedras sob os nossos pés,
O desconforto do coração apressado em descompasso com o ritmo dela,
E os olhos desritmados, mas lento e tímido, envergonhado do caos em que se encontra
Ao meu lado a volição do romance, o rio no cenário proposto,
O velho cão que sempre me acompanha nas minhas tão antigas indecisões
E o poema que se compõe a cada passo dela


Charles Burck
franoise_de_felice



Nenhum comentário:

Postar um comentário