Desdenhamos dos fracos como coisas mundanas e mesquinhas
Como se fossemos mais humanos do que os demais,
Como se fossem eles elementais, coisas rasteiras, coisas outras que não
nós
O sarcasmo freta com o poema,
As ventas dos subterrâneos nos cheiram entre as pernas,
Essa confissão soa como sofisma, uma ironia a tua pessoa,
Não que eu escape às derrotas pessoais, mas a minha cara está borrada de
maquiagens e as minhas emoções emparedadas,
Há um cenário onde aprendemos a fazer apologias e censuras, uma câmara
escura chamada medo,
Medo de sermos ele,
De não sermos nós,
Um cenário de vida, onde o ator esconde suas amarguras individuais
Sobrepujando deuses, homens comuns achando-se assim alguma coisa a mais,
Homens banais, aplicando a sentença que vencem a derrota por abandono
a luta,
A cara escondidas entre as asas como a galinha atacada,
Vencer o que nega em si, fechando os olhos,
A não percepção da cabeça morta ao meu corpo que anda,
Mas cospe-te na boca a tua própria prosa, os teus vírus que comem o que
é teu
Declarada similitude dos teus olhos com meus, o antagonismo só nos faz mais
iguais,
Ao que praguejas contra o teu próximo apertas as cordas, o sangue a
carregar a endorfina,
A falha ilusão que és algo melhor, a falsa noção platônica de
felicidade, quando na verdade adias o encontro de ti contigo mesmo
Um dia quem sabe, poderás olhar-te bem dentro dos olhos
Charles Burck
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