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sábado, 7 de outubro de 2017

A dor é crepuscular,
A língua de fogo lambendo a penumbra
As verdades são pedras a serem escaladas,
Cada dia uma vida
Um regresso,
Lambo as feridas todas as manhãs
Nascemos nas águas, banhamos os vales, os cursos dos rios tentando o mar,
Voltamos para as águas,
Abro as janelas às supressas do dia,
O sol que me banha pouco sabe de mim,
O que importa
Tenho no bolso uma passagem de volta
E um mapa no outro,
Alguma ideia do que me espera,
Uma réstia de luz a conduzir as minhas insônias
No peito um coração eterno, um poema querendo falar,
E um sonho feito lampejo galopando frenético me levando para bem longe de mim

Charles Burck

 
Valeriy Belenikin 

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