Os dias somam-se às palavras
malditas,
As perdidas em argumentos inúteis,
as que machucaram
As que doeram mais do que tudo
A elas somam-se as memórias
perdidas das vozes que mal se ouvem
O olhar morrendo nos olhos que
tentam manter as imagens vivas
E elas a comeram com as línguas
arrependidas
O gosto amargo do que nunca
deveria ter sido dito,
agora, somam-se a dor de viver
longe, as mãos que não cobrem a distancia
As desculpas que nunca chegam aos
teus ouvidos,
Mora em mim esse desconforto, a
minha sede, em um país estranho onde habito ser nada ser,
Onde as histórias se propagam nas
paredes, no céu e no chão sob os meus pés,
Os pés exilados pisando o próprio
passado,
Um país que não me traz notícias
novas e que não me leva a lugar algum
Charles Burck
Nenhum comentário:
Postar um comentário