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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Os dias somam-se às palavras malditas,
As perdidas em argumentos inúteis, as que machucaram
As que doeram mais do que tudo
A elas somam-se as memórias perdidas das vozes que mal se ouvem
O olhar morrendo nos olhos que tentam manter as imagens vivas
E elas a comeram com as línguas arrependidas
O gosto amargo do que nunca deveria ter sido dito,
agora, somam-se a dor de viver longe, as mãos que não cobrem a distancia
As desculpas que nunca chegam aos teus ouvidos,

Mora em mim esse desconforto, a minha sede, em um país estranho onde habito ser nada ser,
Onde as histórias se propagam nas paredes, no céu e no chão sob os meus pés,
Os pés exilados pisando o próprio passado,
Um país que não me traz notícias novas e que não me leva a lugar algum


Charles Burck 

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