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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Tenho-te como o último reduto à minha quietude,
Ao que tu me inspiras, as tormentas se realçam,
Da minha janela assisto a vida fora do círculo da calma, agindo
As bocas que nunca provaram tanto dos infernos quanto dos paraísos,
Aclara-se a visão que só o amor torna possível,
A musa não cansa a alma, o que me fala não me diz tudo,
Nas manhãs que se calam, ela habita e me escuta e me chama,
Ao que tudo necessita dos teus olhos nem Deus cogita, por certo,
De viver da cegueira de calar o mundo
Mas a nós tudo é tão nosso, na comunhão da fusão dos corpos,
Entendemos o espírito como a expressão introspectiva do que nos habita
O homem na sua forma mais pura a essência manifestada em sentidos
Somos a agulha e a linha, a boca e o beijo, os lampejos das mesmas ideias,
Ainda que traduzidas em palavras, fica forjada à incompletude,
Mas tudo acontece diante dos nossos olhos, fechados, como se a respiração fosse o vento lá fora,
Como se no deslocamento do tempo, as janelas se fechassem e os argumentos se calassem diante do inexplicável que somos nós. 


Charles Burck 
Alexander Daniloff

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