Tenho-te como o último
reduto à minha quietude,
Ao que tu me
inspiras, as tormentas se realçam,
Da minha janela
assisto a vida fora do círculo da calma, agindo
As bocas que
nunca provaram tanto dos infernos quanto dos paraísos,
Aclara-se a visão
que só o amor torna possível,
A musa não cansa
a alma, o que me fala não me diz tudo,
Nas manhãs que se
calam, ela habita e me escuta e me chama,
Ao que tudo
necessita dos teus olhos nem Deus cogita, por certo,
De viver da
cegueira de calar o mundo
Mas a nós tudo é
tão nosso, na comunhão da fusão dos corpos,
Entendemos o
espírito como a expressão introspectiva do que nos habita
O homem na sua
forma mais pura a essência manifestada em sentidos
Somos a agulha e
a linha, a boca e o beijo, os lampejos das mesmas ideias,
Ainda que
traduzidas em palavras, fica forjada à incompletude,
Mas tudo acontece
diante dos nossos olhos, fechados, como se a respiração fosse o vento lá fora,
Como se no
deslocamento do tempo, as janelas se fechassem e os argumentos se calassem
diante do inexplicável que somos nós.
Charles Burck
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