Matei-me três
vezes antes dela, para desviar-lhe a atenção,
Quando o gosto
pela vida se sente à boca do outro,
Não se faz da
saliva o remédio,
Mas do amor a
cura,
Se a vida está
enquadrada em regras e fórmulas obscuras,
É preciso
abandonar a matilha, os olhos do lobo precisam de brilhos
E o olfato do
cheiro da fome,
Hei de matar-me
mil vezes antes dela,
No que seja cinza
me regenero, o vômito visceral do que seja vida
O frio na medula,
o risco da morte que nunca deixa de ser realista;
A escrita das vivências
expostas de uma pessoa, experiências susceptíveis, sujeita e propensa a sentir
a outra
Os caminhos das
beiras não levam o gosto das coisas absurdas, das alienadas e improváveis
sensações?
Creio que sim,
escrevo nos extremos das linhas,
A explorar o primitivo
que desce em enxurradas,
Uma torrente
incontrolada de força quase animal
Morri infinitas
vezes antes dela para saber o caminho que levava a nós
Charles Burck
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