Tenho visões para todas as
impressões,
E boca para todos os beijos,
Mas o amor do poeta foi para a
primeira rosa
Que amanheceu molhada de orvalho
No cais ainda é cedo quando o mar
entardece,
Quando ainda escrevo sobre uma
mulher que passa
A modernidade é uma sopa que ferve
sem conteúdo algum,
Um frenesi de indivíduos e suas
frivolidades, uma desilusão para o poema
A máquina implacável e impessoal a
vi há pouco engolindo a natureza,
Os jardins da cultura sem perfume,
as flores fragmentárias, nostálgicas e foscas
Os canteiros sem profundidades, os
sentimentos boiando na superficialidade
As framboesas promíscua,
incoerentes e sem personalidades,
Perverso do verso não exaltar a
multidão anônima
Só a rosa escapa ilesa deste meu
poema
As metrópoles não têm
considerações, os encaixes de uma esquina na outra,
Mas nunca me perco dos teus olhos
sensatos,
Da tua boca suja dizendo coisas
belas
Charles Burck
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