Daí-me a pureza dos versos pudicos
sob as cobertas que nos agasalha,
E o encantamento que gargalha ao
que toca os teus pelos púbicos,
E eu me embriagarei de novo como o
jovem que faz amor pela primeira vez,
Que toma o primeiro porre e morre
de amor cada vez que deita ao teu lado
E me encantei outra vez ao
mergulhar a cabeça na noite,
E experimentar o liquida do cardápio
divino que alimenta a minha boca,
E direi que cada pedra é flor e
tocarei a folha viva, como algo que ainda sem nome vem me dizer ser o teu
perfume,
E namorarei os teus ombros com a
gravidade dos que sorrir apaixonados
Na canção que vibra em cada deslizar
da minha pele sobre a tua pele,
E sei que mais viverei aos desejos
de te ter outras tantas vezes,
Do lúdico dos seios que arrepiados
manifestam o desejo de serem tocados
E os beijos que revoam o quarto
como aves pulsantes, canoras formas de manifestação do quanto o amor cabe em
todas as asas que existem
O instinto da noite pernoitará os
teus braços, como laços a nos ligar sem prender, a navegar as ondas dos céus,
O corpo a inflamar languidamente
sob as minhas mãos cintilantes,
Tanto no tato da alegria, quanto
nos adornar da falta de pudor,
A mulher nua transportada no espírito
do pão, do vinho, do sal,
Do chão encarnado da resina da
terra, do azul escancarado das janelas do quarto,
O debruçar sobre os batentes onde
para o tempo ao mirar os teus olhos,
Minha mulher, flor de todas as
flores criadas, floridas, exaladas,
Por todos os dias da minha
extasiada vida, jamais ouvirás um ai, de todas as flechas lançadas sobre o meu dorso,
Mas todas as canções farei como
musicas brotadas de cada hálito do tempo que regressa ao ventre
A loucura dos sentidos a definir a
música, a carne que chameja vida, porque é de ti que me vem o fogo, o roçar na
pele do divino,
O sono, senhor dos sonhos, o amor
que não adormece para cuidar de nós
Charles Burck