E eu dei para falar com os
anjos enquanto apagava cada linha,
O amassado papel desfigurava
o poema ditado por algum deus perverso,
Ainda sofro os assombros dos
bicos da gralha negra da noite comendo as estrelas,
O fausto dos pés cansados de
buscar a perfeição,
É difícil ser humano sem uma
mínima visão do divino, do amor que caminha na escuridão da vida perseguido
pelos cães,
Até me emociona os olhos o
cheiro da alma
Ao que te busco a tez para
sentir o perfume
De verte-te na saliva de ti a
substância para alimentar-me a boca
De uma vestal a produzir o
sabor do veneno de salvar uma vida
Sinto-te o pulsar das
artérias, as veias que ofegam tanto quanto o desejo de acolher...
No que se misturam os dois
venenos nós os bebemos na intenção de não morrer,
A linguagem do amor aflora
antes mesmo de o conhecermos,
Não jogue os teus versos
fora, no velejar dos ventos transportando as auroras,
Não se deve esperar tanto de
alguém, somos a completude em nós, o amor tem valor absoluto
Nas bordas da vida o amor
rascunhou um poema, e deu-me de presente e eu o rasguei,
mas o poema no papel rasgado
me avisa, entre o hemisfério da dor e o contexto da alegria
“O amor sempre tem serventia”
Charles Burck
Charlen Williamson
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