Sob o pé da mangueira eu via o
corisco corta o ar
As palavras podem ser raios de riscar
ou de queimar
Fluidos de astros a falar sobre o que
não podemos tocar
Há as que se filtram na língua,
apagam os excessos e suavizam o dito,
E as que se despedaçam sem se
dizerem, na impossibilidade demasiada de não se fazer entender,
Eu quando menino adorava subir a
colina pela manhã, para deixar grudar nas calças o orvalho do capim, era uma
forma minha de me misturar à natureza,
À noite eu subia a colina para ver as
estrelas de perto, amava a noite repleta delas, sempre me chamaram de louco por
tudo isso,
E eu era varrido, descabido de mim, a
lógica da vida só era sentida quando eu era assim,
Havia me acostumado comigo mesmo,
O amor e a liberdade são os
princípios de todas as coisas - Viva e deixe viver, ame e seja amado,
Eu repetia isso, mesmo sem saber que
sendo criança não sabia por que dizia,
Mas o espírito da liberdade e o
sentido do amor já estavam impregnados em mim,
Eu nem sabia, e nem precisava saber
Mas foi essa forma de ser que
impregnou o meu coração do seu, depois, quando cresci
Charles Burck
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