Se eu soubesse
contar história diria que o tempo trouxe as marés passadas,
Ao teu
lado e ao meu, quando pensávamos que morreríamos de amor abandonado
O
abandono se fez verso ao avesso na areia que deitamos,
Para nos
ensinar que nada se perde no tempo,
Somos
nós que nos adiantamos ao que fomos além,
A casa
ainda está lá, certamente desbotada de tantos ventos, lembranças e maresias,
Eu, nas
ranhuras das tintas velhas, dada à minha insistência as paredes respondiam quando
eu dizia que morreríamos de amor abandonado,
“Deixa de
enganos e dramas, olha o mar como brilha”
Eu ao
teu lado e tu ao lado meu, um logo após o outro, de saudades e melancolias, que
nunca foram nossas
A poucas
distâncias de dias corríamos pelas areias macias a perseguirmos um a boca do
outro
Mas se
eu soubesse contar histórias diria:
Que quem
passou por aqui agora, sente, o festejar do sol a abrir-se ao céu,
E rimos
continuamente quando subimos ao passadiço de madeira
De amor
abandonado vivemos sempre, juntinhos
E
vislumbramos a imagem do mar na certeza do imenso horizonte
E do que
nunca acertamos, que morreríamos de amor abandonado
Charles
Burck
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