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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Se eu soubesse contar história diria que o tempo trouxe as marés passadas,
Ao teu lado e ao meu, quando pensávamos que morreríamos de amor  abandonado
O abandono se fez verso ao avesso na areia que deitamos,
Para nos ensinar que nada se perde no tempo,
Somos nós que nos adiantamos ao que fomos além,
A casa ainda está lá, certamente desbotada de tantos ventos, lembranças e maresias,
Eu, nas ranhuras das tintas velhas, dada à minha insistência as paredes respondiam quando eu dizia que morreríamos de amor abandonado,
Deixa de enganos e dramas, olha o mar como brilha
Eu ao teu lado e tu ao lado meu, um logo após o outro, de saudades e melancolias, que nunca foram nossas
A poucas distâncias de dias corríamos pelas areias macias a perseguirmos um a boca do outro
Mas se eu soubesse contar histórias diria:
Que quem passou por aqui agora, sente, o festejar do sol a abrir-se ao céu,
E rimos continuamente quando subimos ao passadiço de madeira
De amor abandonado vivemos sempre, juntinhos
E vislumbramos a imagem do mar na certeza do imenso horizonte
E do que nunca acertamos, que morreríamos de amor abandonado


Charles Burck





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