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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Assim dentro do amor há um conforto que não precisa dos homens,
A paz que ressona em meu peito retomando o sono
Nada que nos lembre a pantomima da angustia,
O verso embalado em papel celofane, mas há entre nós quem se lembre do afago no rosto,
Há quanto tempo caminhamos pelas margens brancas das ondas, sem pressas, quando nada esperamos dela elas nada esperam de nós,
Sob o manto das noites apagadas não te cobro nada
Na bainha da xícara a formação do poema, os lábios em batom de cor, os parágrafos sem pontos
A gramática vigia a língua
A carne dos morangos, os dedos circundando os bicos dos peitos, a próclise que adentra o pronome do romance,
As aureolas rosadas são metáforas dos seios,
E eu no meio delas cantando prosas...



Charles Burck 
LÉA RIVIÈRE

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