Despes-te,
então namorada, as bocas coladas, numa benesse súbita,
Nessa
travessia que chamamos de nós, os dias são inseguros e a amar uma forma de
poemar no tempo
É assim
te contemplo por todas as noites que te quero, que se aninhas na nossa mútua
forma de nos entendermos
Quando
os meus dedos pelejam em te dar o melhor, nas palavras suadas nas palmas das
mãos,
Ao que
sustentam os arrepios, cada vez mais perto de afogar-se nos abismos do desejo,
E ainda
assim te verso, às alta horas, mansas, calmas onde os acordes estão na pele,
Quando
me perdes cansada que os meus dedos finalmente a esqueçam,
Mas os
meus beijos passeiam em tuas costas, e já entregues a novas vertigens,
Seguimos
a nos conhecermos
Na ânsia
do respirar, na crédula esperança de assim nos bastarmos.
Vestes-te
então, assim que despertam as manhãs,
O tecido
a cobrir-te os pelos, as pele arredia de não despertar,
Os olhos
ainda dormentes e voz rouca das noites gemidas, dos apelos,
Vestes-se
ainda assim onde se deitam as miragens de nós dois,
Os
adeuses se negam aos amantes
Como se
fossemos dois seres que não querem deixar o amor partir
Charles
Burck
Nenhum comentário:
Postar um comentário