Levador
de almas
Esconderei
os meus olhos, pois sei irás me guiar,
Os nossos
pés quebrarão as pedras e o pó do chão nos darão mais texturas,
A face forjada
a clarões de cometas mostrarão o teor da minha alma,
Águas
que deságuam adiante de mim, para além do que sou
Sedes haverá
no caminho, mas nada temo se bebo orvalhos dos teus olhos clementes,
Os perfumes
e as cores são viços pendurados nas bordas da vida, que nos atraem a seguir
jornada,
Nossa essência
sangrenta e enlameada que vai gradativamente ganhando transparências
Lapidamos
as unhas no esforço de crava-las e na sintonia dos dentes na carne, até os caninos
perderem o fio
Voa-me então
com a tua sabedoria nos espasmos do céu
Há neste
céu um pouso a espera, ensina-me então a usar as asas atrofiadas, dos longos
tempos sem voos,
Antes
até mesmo que eu te escreva de novo,
Saciar-me-ei
com as tuas palavras que consumirão os meus medos,
Charles
Burck
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