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sábado, 29 de julho de 2017

Um poema em azul abrindo os céus cinzentos
No campo de guerra o machado passou cantando,
Canto do deus que cedeu seu sêmen para varrer o mal, 
Laiba Ókonrin Yoruba Àiya Nirelé Laiyà ( o sincero homem Yoruba do coração humilde e corajoso)
Ajoelhou-se e orou,
Chamou Nanã para benzer a terra e suavizar os mortos, a dona das águas doces, das nascentes fez chover as lágrimas de todos os deuses,
Entre lírios de água pálidas, nenúfares e outras belas plantas enriquecidas com a humildade, de onde meninos brotaram,
Filhos novos nascidos dos tempos de fazer amor,
Oh meu pai Oxóssi, quebra os tabus com seu Ofá e mantêm a minha cabeça coroada de equilíbrio e bom senso,
Neste momento de tantos temores, nas multiplicidades de caminhos nem todos os dias são de caças, mas de louvores,
Aos os olhos do que se cingem de preconceitos, curvo-me em respeitos e temores às essências do universo, mãe natureza forjando meus traços e rosto
Eu filho dos milagres já fui pedra e terra, bicho pequeno, fera e flor,
Já fui peixe no reino do mar, nas ondas azuis de minha mãe Iemanjá
Já fui boto, peixe de rede e sereia, espumas do mar, molusco e areia
Já fui filho dos astros e dos caos, já fui o vazio eterno, que das mãos de Oxalá me plantou semente do homem inocente e puro,
Sou o cristal bruto a lapidar-me nas arestas das nuvens, nas lições do firmamento,
Salve os bantos, nagôs e jejes, os meus irmãos de cor, a pomba gira girou os ventos e dançou em passos lentos, a sua rosa coloriu o gongá
Nos dias dos portais abertos Deus me chamou pelo nome,
Deu-me os olhos e a virtude de ver mais longe,
Deu-me um coração sem trevas, um amor e uma certeza de ser divino
Que tudo existe no seu reino eterno, onde os versos desenhado em giz no chão,
Há um céu de estrelas que nem podemos ver, mas cremos, um ponto riscado e o malandro cuidando de nós.
Charles Burck

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