Falsas Notícias
E eu tanto a olhei para conservar a memória,
A cidade já não me pertence, o longe é só a manhã que não
vem,
Somos desígnios com vontades de sermos mais,
Desenhamos sonhos nas pedras e nelas ferimos os pés,
Os cansaços nos braços dos que se abraçam a si mesmo,
Às vezes somos nós as coisas que atravancam os nossos
caminhos
Aos nos enchermos de desejos, ao que vemos com as pálpebras,
E os olhos boicotam a visão plena, e ansiamos a paisagem
borrada
E a felicidade escrita em línguas mortas,
Assim desnudada e afrontada diante de nós,
E rimos dela como falsa versão de um tema, de uma notícia
inventada,
E nos cobrimos para ocultarmos a nossa desfaçatez,
Dissimulados alterando as verdades dos fatos, para vivemos
sem riscos a mentira que somos
Charles Burck
Tonja Sell
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