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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Pássaro preto posou em silêncio sobre o poste
O féretro passou
O melro tinha medo da morte,
Foi na maré vazante que a menina sangrou
As folhas caídas das uvas tintas, luou
A vulva inchada, os mamilos intumescidos
Onde as rosas floresciam perfurando o sutiã
O melro olhou para o outro, cada um bebendo de um cálice,
Dois melros de asas abertas, desejando roubar a virgindade,
Levar para a floresta a calcinha da menina, fazê-la mulher,
Se vida tivesse, o rapaz que morreu,
Eles iriam ensiná-lo ao prazer
Um bico no bico
Mas na falta do sexo, comeram-lhe os olhos


Charles Burck 

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