O café
sem açúcar
Os dedos
frios,
Será que a minha miragem passou por aqui?
Será que a minha miragem passou por aqui?
Encolhida
em inverno de tardes mansas molhadas em orvalhos
A chuva desfaz
os contornos que eu não descobri com o tempo
Impressos
numa simples folha de papel de seda,
Uma
linha reta como o rastro de um barco desenhando horizonte,
E tu me
perguntaste se imaginava a casa vazia,
A
pergunta largada sorrateiramente serpenteando
De onde
estou agora avisto o escassear da verdade
O que
era sagrado vertendo à deriva dos ventos,
O
horizonte mudou de lugar e a vida se escondeu do poeta,
A métrica
escrita em uma tabuleta na porta “vendo”,
O chão é
mais duro agora, os olhos do mar parecem que leem mais profundo em mim,
A breve viagem
a curta distância do rosto, não é a solidão que nos mata
Mas a
impossibilidade de arguirmos a vida
De seguirmos encontrando uma moldura certa que se encaixe numa história torta
De seguirmos encontrando uma moldura certa que se encaixe numa história torta
Charles
Burck
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