Esse
poema retórico calcado na técnica da palavra não cola mais
Quero
mais sentimento, se possível arrancar alguma válvula cardíaca para sangrar, vazar
tanto que eu possa mergulhar no meu próprio sangue
Não
rabiscar somente, mas lambuzar cada texto como Picasso desenhando uma pintura
surrealista
Quero-me
maduro para suportar essa autoconfiança de me fazer artista nessa busca de mim,
Não
se pode desejar a pureza, ela não se entrega se não nos despirmos de tudo,
Há
sinais que não precisam dos olhos, posso fazer sinais de fumaça,
Rituais
de chamar chuvas, refletir o sol no espelho, mas nada cabe fora do sentir,
No
mero delinear no vazio, um átomo a fundir o núcleo do nada,
Um átimo
de estrelas a mergulhar num oceano obscuro
Falsa
interação da mente consigo mesma,
Não quero moderar a chama da vida, que ela queime inteira, viva em múltiplos orgasmo poemas,
Não quero moderar a chama da vida, que ela queime inteira, viva em múltiplos orgasmo poemas,
Que se
expanda na intenção do voo, lobo lambendo a ovelha que retesada de boca aberta
não sabe que a lua lança os seus raios de dentro dela
Quero
o colapso inebriado, desfazendo o claustro do balbuciar,
Chega
para cá, quero senti-la, na pulsante fissura do desejo da alma, parir de si, a
filha
A
ancestralidade manipulada nascida da retórica morta,
Do suspiro do cosmo, dos anseios dos buracos negros,
Do suspiro do cosmo, dos anseios dos buracos negros,
Da
fusão da alma posta em essência e a essência transfigurada da alma a exalar o
cosmo,
A
catarse da palavra na língua, a linguagem dos olhos delirando poemas
Charles
Burck
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