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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Tudo o que eu queria era ser teu poema.
Um poema estranho, escrito por tuas mãos
Sobre a pele das minhas costas
E que me lesses.
Lesses cada dia um pouco, sem pressa,
Digerindo a poesia impregnada no meu ser
Exalando palavras de te querer
E que cada palavra que me dissesse.
Que me soubesses de carne e osso,
Porém tão fundamentalmente lírico
Como uma página inédita
Carregada de tintas, que penetrando a carne
Chegasse ao coração e vazasse como sangue
Tingindo o papel
Lesses intensa, ou loucamente perdida
Como nunca o antes acontecesse, como antes nunca fizestes
Não ao meu jeito de te querer,
Não como eu queria que fosse, mas mais
Mais com a profundidade que rasgasse o papel.
E gritasse como uma alma que nascesse das coisas nossas
Sangrando-me a carne
Charles Burck

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