O sono amarrotado
na minha face vincada,
Queria amarra o
amanhecer, fazê-lo esperar por mim,
Mas ele me conta
que é longe onde se escondem os sonhos,
A cópula dos olhos
com o sono não casa,
A ânsia deságua
sempre dentro de caixa quebrada,
Vazam deixando um
rastro no quarto
Astros que se
insinuam em conflitos no varal da noite,
No fim tudo é a grande
a insolvência dos nervos, o desamparo da cama suada, somos filhos do quê?
Longas conversas
onde tudo parece ser amplo demais, o que nos engole,
Desse universo de
soníferos, de pequenas replicas de nós em aldeias cercadas pelos fantasmas que
deseja aceso
No fim da linha do
ônibus o entupimento entre o caos e o rush
Traz privações de
sentido, que bom, não pretendo ver tudo,
Assim eu deito em
consolo da nostalgia de um dia perfeito
No meu peito cabe e
eu não me caibo em nada,
Esse pequeno
universo que sou carece de espaço,
O lastro da minha
nave é pouco, soçobro, aderno,
A cama é o tempo
visível, a que sofre comigo os assombros dos pesadelos,
O inevitável
desassossego das ondas, as tempestades onde eu nunca naufrago,
O peito exposto às
intempéries dos tempos
O sono que chega do
cansaço
Charles Burck
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