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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

De onde estou agora consagrado o poema,
O templo de onde reluz o sagrado lugar
A escrita é minha, mas não assino porque o coração não precisa reconhecer firma
Aceito a verdade fitando os meus olhos,
A fome das palavras que incita o poeta,
O lastro erigido o céu adentra, contrastes de amor no firmamento
Escrevendo e apago, os riscos de cair em mãos erradas me intimida,
A caligrafia é textura fingindo pureza, mas é tecido de armadilha,
A boca que come a fome - Arrisco menos nas proximidades do beijo
O meu ser que habita as memórias de cada viagem, as distancias de juntar as partes perdidas,
O mergulho nos profundos ritos do rosto, a paixão que saliva
Prestes a saltar no pescoço, num último esforço da razão de se transformar em amor
Penso agora no penúltimo ato da história, um tempo antes do acontecer,
A alma provisória parada na porta a fenda exposta, o cheiro a unir as duas pontas do fio
A sintonia nem sempre exata manipulando o papel do poema,
Folha simples de massa barata, amassada e enodoada
O avesso a forjar o verdadeiro, o derradeiro impulso de amor a inventar primaveras,
Nas linhas tortas dos caminhos da cama

Charles Burck




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