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quarta-feira, 9 de agosto de 2017




Longe da chuva os raios divergem, milhões de pássaros admiram pousados no lumiar dos relâmpagos a tempestade,
As silhuetas à contraluz dão conta da fragilidade das penas,
Asas sem retornos prováveis, pernas feitas de arames e barbantes,
Libertado, penso eu, sou menos pássaros que os milhões de pássaros que enfrentam a chuvarada,
Luzes erráticas que invadindo as sombras jamais regressarão
As gaiolas perdem o sentido da prisão
e todos os aços fenecem
Bate o meu coração sem abrigos, a perfeita junção do homem solto e perdido,
O escravo abolido preso a solidão
E todos aos cárceres se abrem e todas as fechaduras se derretem
Sem gaiolas as chaves voam assustadas a fecharem as noites,
As manhã brilham agora, o rosto pálido de medos inesperados,
Evitam os olhares diretos
O tempo se encarrega de espalhá-los em notícias vivas
Já os vejo ganharem partida com destino, a saudade já apresenta suas cartas
E nos dois aqui lamentando penas, a contarmos favas,



Charles Burck 

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