Longe da chuva os raios divergem, milhões de
pássaros admiram pousados no lumiar dos relâmpagos a tempestade,
As silhuetas à contraluz dão conta da
fragilidade das penas,
Asas sem retornos prováveis, pernas feitas de
arames e barbantes,
Libertado, penso eu, sou menos pássaros que os
milhões de pássaros que enfrentam a chuvarada,
Luzes erráticas que invadindo as sombras jamais
regressarão
As gaiolas perdem o sentido da prisão
e todos os aços fenecem
e todos os aços fenecem
Bate o meu coração sem abrigos, a perfeita
junção do homem solto e perdido,
O escravo abolido preso a solidão
E todos aos cárceres se abrem e todas as
fechaduras se derretem
Sem gaiolas as chaves voam assustadas a
fecharem as noites,
As manhã brilham agora, o rosto pálido de medos
inesperados,
Evitam os olhares diretos
O tempo se encarrega de espalhá-los em notícias
vivas
Já os vejo ganharem partida com destino, a
saudade já apresenta suas cartas
E nos dois aqui lamentando penas, a contarmos
favas,
Charles Burck
Nenhum comentário:
Postar um comentário