O causo das águas encantadas
A cigana dança chamando a lua, o pandeiro de fitas coloridas e o vestido azul adornado
Sou um menino abusado que admirado a olhos escondido no mato
O riacho ficou amarelado, foi o Saci que fez xixi na água, Jandira não gostou, mas ponderou que é só um menino levado, não tem parte com o diabo.
As águas são parte de mim e sempre me visitam em sonhos, águas límpidas, cristalina de se ver o fundo, ou revoltas feitos ninhos de garças azuis preguiçosas, como sonhos decifráveis de quem deve algo ao mar,
Vi tormentas de águas a voarem pelos céus, e ondas a baterem nos rochedos num eternos conflitos, eu me vejo como um pequena concha entre as fúrias da vida. Dá-me serenidade na vida meu Burck Pai das Aguas,
Venha mergulhar comigo e perseguir sereia, roubar escamas da cauda de luz cintilantes e tocar-lhes os bicos arrepiados dos seios.
O que a ti escrevo diante do mar, são contos de saudades azuis turquesa, é o que me resta do arco iris que murchou, posso senti-la onde as ondas descansam aos meus pés, e sorrir a cada lembrança
Esse caminho é mutuo, mas por que tu me chamas sempre se eu não sei a tradução dessa canção carregada nas marés, onde quase sempre o meu barco se perde
Vovó Georgina sentava á beira do rio e brincava com iluminadas pedras vermelhas, dizia que eram contas de meninas deixadas por Deus para marcar o lugar sagrado de fazer pedido.
Fiz um pedido para consertar um pé de ipê roxo que estava morrendo, um braço quebrado do meu pai. Em dez dias estava sarado o ipê e um mês depois ele floriu de quedar os galhos. O prefeito Godofredo cortou a árvore, matou cinco filhotes de viuvinha, uma cambaxirra e um curió, mas é se faz à vida não
fica sem respostas , e ele foi tomado de uma coceira de deixar feridas expostas manchas roxas e penas a sair pelas ventas, até dar a vida a uma centena de passarinhos.
Aqui da minha janela sobre o mar, o silêncio foi quebrado pelos barulhos dos pentes de Iemanjá a pentear os cabelos, cabeleira de cachoeira de espumas douradas, ao chegar a noite, da bordas as rendas ao vestido dela, as estrelas faíscam e brinca de contas e vagalumes que entram floresta adentro pela escuridão.
Quando morre o brilho, fica a réstia de luz que some mansamente
As sombras deslizam uma a uma para longes.
O teu cabelo a murchar na minha mão.
O rio lembra os teus cabelos escuros que tento tatear nos reflexos de uma luz branca,
Sem saber que hoje tem festa da cigana da lua cheia
Sou um menino abusado que admirado a olhos escondido no mato
O riacho ficou amarelado, foi o Saci que fez xixi na água, Jandira não gostou, mas ponderou que é só um menino levado, não tem parte com o diabo.
As águas são parte de mim e sempre me visitam em sonhos, águas límpidas, cristalina de se ver o fundo, ou revoltas feitos ninhos de garças azuis preguiçosas, como sonhos decifráveis de quem deve algo ao mar,
Vi tormentas de águas a voarem pelos céus, e ondas a baterem nos rochedos num eternos conflitos, eu me vejo como um pequena concha entre as fúrias da vida. Dá-me serenidade na vida meu Burck Pai das Aguas,
Venha mergulhar comigo e perseguir sereia, roubar escamas da cauda de luz cintilantes e tocar-lhes os bicos arrepiados dos seios.
O que a ti escrevo diante do mar, são contos de saudades azuis turquesa, é o que me resta do arco iris que murchou, posso senti-la onde as ondas descansam aos meus pés, e sorrir a cada lembrança
Esse caminho é mutuo, mas por que tu me chamas sempre se eu não sei a tradução dessa canção carregada nas marés, onde quase sempre o meu barco se perde
Vovó Georgina sentava á beira do rio e brincava com iluminadas pedras vermelhas, dizia que eram contas de meninas deixadas por Deus para marcar o lugar sagrado de fazer pedido.
Fiz um pedido para consertar um pé de ipê roxo que estava morrendo, um braço quebrado do meu pai. Em dez dias estava sarado o ipê e um mês depois ele floriu de quedar os galhos. O prefeito Godofredo cortou a árvore, matou cinco filhotes de viuvinha, uma cambaxirra e um curió, mas é se faz à vida não
fica sem respostas , e ele foi tomado de uma coceira de deixar feridas expostas manchas roxas e penas a sair pelas ventas, até dar a vida a uma centena de passarinhos.
Aqui da minha janela sobre o mar, o silêncio foi quebrado pelos barulhos dos pentes de Iemanjá a pentear os cabelos, cabeleira de cachoeira de espumas douradas, ao chegar a noite, da bordas as rendas ao vestido dela, as estrelas faíscam e brinca de contas e vagalumes que entram floresta adentro pela escuridão.
Quando morre o brilho, fica a réstia de luz que some mansamente
As sombras deslizam uma a uma para longes.
O teu cabelo a murchar na minha mão.
O rio lembra os teus cabelos escuros que tento tatear nos reflexos de uma luz branca,
Sem saber que hoje tem festa da cigana da lua cheia
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