Um dia
contei trinta saudades sentadas nos bancos da praça,
Ainda
há tempo de ver um filme na ultima sessão,
Enquanto
a polícia vasculha as vadias alguém assalta um coração
A
aderência dos casais não justificam a minha excessiva comoção,
Algum
fio tem que ligar todas essas coisas, os fatos aos fatos,
A
borboleta que ao bater as asas deve ser a culpada,
Como
num filme de Fellini o arcabouço da realidade é tosco,
Enquanto
os palhaços fizerem festas haverá circo, mas não festas
Os
poetas desmembram a vida e a vasculham por dentro do amor,
Dissecam
cada órgão afetado, o coração dilatado, as veias percorridas,
Até a
ferida oculta aos olhos, mas de nada adiantam as tragédias oferecidas,
Na
praça se unem às saudades todas e as culpas do mau que não fizemos,
Um
adendo de preço, um bilhete de passagem de ida sem volta,
Deixo
sempre um aviso à porta, o coração está disposto, façamos contrato antes
Se for
para deixar saudades, os bancos da praça não cabe mais nenhuma
Charles
Burck
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