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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Um dia contei trinta saudades sentadas nos bancos da praça,
Ainda há tempo de ver um filme na ultima sessão,
Enquanto a polícia vasculha as vadias alguém assalta um coração
A aderência dos casais não justificam a minha excessiva comoção,
Algum fio tem que ligar todas essas coisas, os fatos aos fatos,
A borboleta que ao bater as asas deve ser a culpada,
Como num filme de Fellini o arcabouço da realidade é tosco,
Enquanto os palhaços fizerem festas haverá circo, mas não festas
Os poetas desmembram a vida e a vasculham por dentro do amor,
Dissecam cada órgão afetado, o coração dilatado, as veias percorridas,
Até a ferida oculta aos olhos, mas de nada adiantam as tragédias oferecidas,
Na praça se unem às saudades todas e as culpas do mau que não fizemos,
Um adendo de preço, um bilhete de passagem de ida sem volta,
Deixo sempre um aviso à porta, o coração está disposto, façamos contrato antes
Se for para deixar saudades, os bancos da praça não cabe mais nenhuma


Charles Burck


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